Sergio Camargo
Projeto expositivo
Com curadoria da professora Piedade Grinberg – que trabalhou com Camargo nos seus três últimos anos de vida, organizando seu arquivo de obras e documentos – Sergio Camargo, Construtor de Ideias traz cerca de 100 itens entre documentos, fotos, desenhos, estudos, frases, obras em pequenos formatos, divididos em seis grandes núcleos: Ateliês; Esquemas; Esquemas Vermelhos; Madeira; Relevo Azul e Xadrez.
Composto por fotos e frases do artista, “Ateliês” traz imagens dos principais espaços de trabalho que Camargo ocupou, como do ateliê que manteve em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, entre 1951 e 1960, após o retorno de sua primeira estadia européia. Entre 1961 e 1973 voltou a residir em Paris onde manteve o ateliê de Malakoff, também retratado com imagens. Entre 1964 e 1990, Camargo mantém o ateliê Soldani na cidade de Massa, na Itália, próximo às pedreiras de mármore. No final de 1973 o artista retorna definitivamente ao Rio de Janeiro, onde inicia a construção de seu ateliê no bairro de Jacarepaguá, com projeto do arquiteto José Zanine Caldas, que procura adaptar o espaço aos trabalhos do escultor filtrando indiretamente a luz solar.
Repletos de desenhos, frases, esquemas, rabiscos e obras em pequenos formatos, o núcleo “Esquema” revela com detalhes o processo de trabalho desenvolvido pelo artista. Entre os itens, os 17 esquemas pequenos escritos de próprio punho em lápis vermelho. “Ao menos como se trabalha, como eu trabalho, com sólidos que antes de colar eu posso combinar de todas as maneiras que eu quiser. Então, digamos, para um trabalho desses que aparece, são feitos trinta, quarenta que não aparecem, porque eu desmonto, só deixo montado aquele que eu aceitei”.
Com fotografias, textos e desenhos, o núcleo “Madeira” valoriza a matéria prima utilizada pelo escultor nos seus famosos relevos. Já “Relevo Azul” retrata uma das poucas experiências de Camargo com a cor. Segundo o próprio artista, a cor só interessava nos pequenos relevos como o apresentado nesse núcleo por fotos, esquemas, recortes de imprensa e a miniatura da obra. “Se aumentasse… qualquer coisa virava muito decorativa e depois não rendia o que a luz pode render com o branco, quer dizer, a luz revela mais o trabalho, acho que [o branco] é mais adequado a esse tipo de estrutura do que a cor”.
No núcleo “Xadrez” destacam-se os cinco desenhos originais de estudo para o jogo de xadrez desenvolvido por Camargo no início da década de 70. Esse trabalho marca a primeira experiência do artista com a pedra negro-belga, material que usaria regularmente na década de 1980.
Sergio Camargo – Construtor de ideias
Instituto de Arte Contemporânea, São Paulo | Maio de 2012
Paço Imperial, Rio de Janeiro | Outubro de 2013
Método
- Projeto expositivo e montagem